21.3.06

Caos

Parte I
O que é que fazem quatro homens com máscaras de oxigénio perto de uma janela do meu prédio? Devem ser assaltantes. Vêm na minha direcção, também me vão assaltar.
O quê? Vieram buscar alguém infectado com a gripe das aves, a doença atacou uma família e têm de leva-los. Parece que a doença evoluiu e tornou-se muito contagiosa, pode passar de pessoa para pessoa apenas pela respiração! É necessário comprar uma máscara de médico que impeça o vírus de entrar sistema respiratório, rápido! Eu tinha uma na gaveta, mas acho que dei a alguém e agora não tenho nenhuma para mim! Não faz mal… Corto à pressa um bocado de lençol para me tapar a boca e nariz e meto lá dentro uma fotografia da Barbie para me proteger. Pronto já posso fugir dali. Quero avisar a minha família, o meu namorado, os meus amigos! Tenho de salva-los.
Oh não! A minha máscara está se a desfazer, tento agarra-la com ambas as mãos, mas não vale a pena, está cada vez mais pequena. À minha volta pessoas correm em todas as direcções. Todos querem fugir antes que o vírus os apanhe. Uma pessoa passa por mim a correr, mas desfaz-se em merda e sangue. Estava contaminada. Apenas resta uma mistura nojenta no chão. Tenho de sair. De vez em quando desfaz-se mais alguém e já não tenho máscara. Curiosamente não há aves por perto. Eu e os meus amigos continuamos a andar, a fugir, a procurar ajuda. Passa por mim um menino preto de 5 anos e diz “I love you” esticando-me a sua mão. Eu aperto-a. “I love you too”. Mas o que é que eu fiz? Nem o conheço, pode muito bem estar infectado. Os meus amigos perguntam o mesmo. Onde é que eu tava com a cabeça?
Só há uma maneira de saber, entro numa loja onde uma enfermeira alta e gorda, de cabelo loiro curto, pede às pessoas que soprem um tubo ligado a uma máquina que dá o resultado. Chega à minha vez de soprar. Então? Qual é o resultado?
Ela abana afirmativamente a cabeça. O que? A sério? Sim, responde.
E agora? Também vou morrer dentro de horas... Vou-me desfazer em merda. Eu não quero morrer ainda! Tou lixada.
Mas será que eu posso ficar aqui consigo a tentar descobrir a cura para a doença? Ela não responde. Eu percebo… nunca ia dar tempo.


Parte II
Na rua o caos, pessoas correm tentando fugir do vírus que se calhar já têm. Devemos tentar afastar-nos deles ao máximo, e é contagioso tocar-lhes na cara. Ou nos membros já esroxeados da doença. Eu e os meus amigos tenta-mos não nos aproximar de ninguém, todos podem estar infectados e passar-nos o vírus. Passamos por um supermercado e, através das vidraças vê-mos pessoas obviamente sãs trancadas lá dentro, guardando-se deste mal. Olho para eles abano o dedo em sinal de não. Não abram a porta a ninguém. Mesmo aqueles que ainda não têm manchas cinzentas escuras podem já ter contraído a doença. Mas o que estou eu a fazer? Eu não estou contaminada, e podemos nos salvar se eles nos deixarem entrar. Bato no vidro. “Nós estamos sãos! Deixem nos entrar”. Ela abre-nos a porta. Muito Obrigada! Já estamos protegidos. Mas ainda não tinham fechado a porta e entra uma velhinha que não percebe muito bem o que se passa. As suas pernas têm pequenos pontos cinzentos. Ela tem de sair. Vá-se embora, tem de sair! Diz uma rapariga que já lá estava. Para a enxotar toca-lhe na perna. A velhota sai confusa. Que horror! Tocas-te na perna dela! Vai já lavar a mão! Ela desce as escadas a correr e os outros vão com ela. Mas a porta continua aberta. Tenho de fecha-la antes que entre mais alguém. Subo as escadas, mas é tarde mais. “Mas que belo abrigo vocês têm aqui” – diz um infectado de bigode com a família atrás de si. Eu sei que eles estão infectados, embora eles pensem que não.
Afaste-se de mim.
Mas porquê? Nós também temos direito a ficar abrigados.
Não me toque. Afaste-se!

8 Comments:

At 3:40 PM, Blogger Nádia said...

Ganda sonho! O que essa imaginação flui durante a noite! A gripe das aves anda a dar-te a volta à cabeça! :)

 
At 9:55 PM, Blogger Laurinha said...

Olá... Que imaginação a sua! EU espero que seja só imaginação mesmo... O seu pensamento é catastrófico, mas o raciocínio da sua imaginação quanto às possibilidades é incrível! Parabéns...
Ah, vou passar a visitar-te!
Vc mora em Portugal mesmo?! Em que região??
Eu sou brasileira... Do Sul (Rio Grande do Sul)!
Bjinhus

 
At 10:52 PM, Blogger Laurinha said...

Que máximo!
Estou no último ano! Com a formatura marcada...
Começo agora a preparar meu trabalho de conclusao! Eles existem por aí?! No final do curso??? Um stress... ;)
Legal saber que somos colegas de profissão!
Bjinhus

 
At 5:05 AM, Anonymous Anonymous said...

Isso é a soja , k esta a escrever nao és tu!!!!
Andas mm alucinada :P

 
At 5:11 AM, Anonymous Anonymous said...

Quanto á história, acho k sim, tás lá, eu concordo , e o ke eu escolho é primeira hipotese,logo ali as prmeiras letras! E a história é assim, espero k n se realize!!!e olha .... pa frente senao cais

 
At 5:53 PM, Blogger Laurinha said...

E aí, menina! Só aprendendo HTML e nada de postagens novas, é!? Quero conhecer mais dessa mente criativa! ;)

 
At 2:01 AM, Blogger Maya said...

Ah, pois é!
O pessoal não sabe o quanto é criativa essa cabecinha durante o sono.

P.S. Que ideia brutal relatares o teu sonho aqui no blogue! Quero mais! =)

 
At 12:09 AM, Anonymous Anonymous said...

bem....simplesmente alucinante...k rapida viagem as trevas...até eu fikei k medo..lol mas k imaginaçao fertil...és mt a frente...eheh

 

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